CARTER FALANDO NOVAMENTE. DESCULPEM. Precisamos desligar o gravador por um tempo porque estávamos sendo seguidos por... bem, vamos falar sobre isso mais tarde.
Sadie estava contando como saímos de Londres, certo?
Então, seguimos Amós até aquele barco esquisito ancorado no píer. Eu carregava a bolsa de nosso pai embaixo do braço. Ainda não conseguia acreditar que ele se fora. Sentia-me culpado por deixar Londres sem ele, mas acreditava em Amós com relação a uma coisa: naquele momento não podíamos ajudar meu pai. Eu não confiava em Amós, mas deduzi que, se quisesse descobrir o que havia acontecido a papai, teria de ir com ele. Ele era o único que parecia saber algo.
Amós entrou no barco egípcio. Sadie o seguiu, mas eu hesitei. Havia visto barcos como aquele no Nilo anteriormente, e eles nunca me pareceram muito sólidos.
A embarcação era feita basicamente de uma trama de fibras vegetais, quase um gigantesco tapete flutuante. E as tochas na frente não eram uma boa ideia, pensei, porque, se não afundássemos, queimaríamos. Na popa, o leme era manejado por um pequeno homem com o casaco e o chapéu de Amós. O chapéu encobria seu rosto, de forma que eu não podia vê-lo. Mãos e pés estavam cobertos pelas sobras do casaco.
— Como essa coisa se move? — perguntei a Amós. — Não há vela.
— Confie em mim. — Ele me estendeu a mão.
A noite era fria, mas, quando entrei no barco, senti a temperatura mais elevada, como se as tochas nos envolvessem com sua luminosidade protetora. No meio do barco havia uma cabana feita de tapetes. No colo de Sadie, Muffin farejou a cabana e ronronou.
— Sentem-se lá dentro — sugeriu Amós. — A viagem pode ser um pouco difícil.
— Vou ficar em pé, obrigada. — Sadie notou o condutor no fundo da embarcação. — Quem é ele?
Amós agiu como se não ouvisse a pergunta.
— Segurem-se, todos!
Ele fez um sinal para o condutor e o barco acelerou.
A sensação era difícil de descrever. Sabe aquele frio na boca do estômago quando você está numa montanha-russa descendo em queda livre? Era mais ou menos assim, exceto que não estávamos caindo e a sensação não passava. O barco se movia a uma velocidade espantosa. As luzes da cidade saíram de foco, e, de repente, fomos tragados por uma névoa densa. Sons estranhos ecoaram na escuridão: sibilos e assobios, gritos distantes, vozes sussurrando em idiomas que eu não entendia.
O frio no estômago transformou-se em náusea. Os sons foram se tornando mais altos, até eu mesmo estar prestes a gritar. Então, subitamente, o barco reduziu a velocidade. Os barulhos cessaram e a neblina se dissipou. As luzes da cidade voltaram, mais brilhantes que antes.
Sobre nós havia uma ponte, muito mais alta que qualquer uma em Londres. Meu estômago revirou lentamente. À esquerda, vi uma silhueta de arranha-céus familiar: o Edifício Chrysler, o Empire State.
— Impossível. Aqui é Nova York.
Sadie parecia tão enjoada quanto eu. Ela ainda segurava Muffin nos braços, e o animal estava de olhos fechados. A gata parecia ronronar.
— Não pode ser — murmurou Sadie. — Só viajamos por alguns minutos.
Mas lá estávamos nós, navegando pelo rio East, passando por baixo da ponte Williamsburg. Nossa viagem chegou ao fim em um pequeno píer na margem do Brooklyn. À nossa frente havia um terreno industrial ocupado por pilhas de restos de metal e por equipamento de construção abandonado. No centro disso tudo, bem perto da água, erguia-se um galpão imenso, uma fábrica coberta de pichações e com as janelas quebradas.
— Isso não é uma mansão — constatou Sadie.
Sua capacidade de percepção era realmente espantosa.
— Olhe novamente.
Amós apontava para o topo do edifício.
— Como... como você... — Minha voz falhou.
Eu não sabia ao certo por que não vira antes, mas agora era óbvio: uma mansão de cinco andares em cima do galpão, como mais uma camada em um bolo.
— Não pode ter construído uma mansão lá em cima!
— É uma longa história — respondeu Amós. — Mas precisávamos de um local discreto.
— E estamos na margem leste? — quis saber Sadie. — Disse alguma coisa sobre isso em Londres... sobre meus avós morarem na margem leste.
Amós sorriu.
— Sim. Muito bom, Sadie. Nos tempos antigos, a margem leste do Nilo era sempre o lado dos vivos, o lado onde nasce o sol. Os mortos eram enterrados na margem oeste. Era considerado de má sorte, até perigoso, viver lá. A tradição ainda é forte entre... nosso povo.
— Nosso povo? — perguntei, mas Sadie forçou outra questão.
— Então não se pode morar em Manhattan? — disparou.
Amós franziu a testa e olhou para o Empire State.
— Manhattan tem outros problemas. Outros deuses. É melhor mantermos tudo separado.
— Outros o quê? — reagiu Sadie.
— Nada.
Amós passou por nós em direção ao condutor do barco. Ele retirou o casaco e o chapéu do homem... e não havia ninguém ali. O condutor simplesmente não estava ali. Amós pôs o chapéu na cabeça, pendurou o casaco no braço e apontou uma escada de metal que subia em caracol pela lateral do galpão até a mansão no telhado.
— Todos a bordo — disse ele. — E bem-vindos ao Vigésimo Primeiro Nomo.
— Gnomo? — perguntei, quando já subíamos a escada. — Aqueles homenzinhos pequenos?
— Céus, não! — respondeu Amós. — Odeio gnomos. Eles cheiram muito mal.
— Mas você disse...
— Nomo, n-o-m-o. Para delimitar uma área, uma região. O termo é dos tempos antigos, quando o Egito era dividido em quarenta e duas províncias. Hoje, o sistema é um pouco diferente. Nós nos tornamos globalizados. O mundo se divide em trezentos e sessenta nomos. O Egito é o primeiro, é claro. A Grande Nova York é o vigésimo primeiro.
Sadie olhou para mim e girou o dedo indicador ao lado da cabeça.
— Não, Sadie — disse Amós sem olhar para trás — não sou maluco. Você tem muito o que aprender.
Chegamos ao topo da escada. Olhei para a mansão e tive dificuldade de entender o que via. A casa tinha uns quinze metros de altura, pelo menos, e era feita de imensos blocos de calcário com janelas emolduradas em aço. Havia hieróglifos desenhados em torno das janelas, e as paredes eram iluminadas, o que dava à casa uma aparência que misturava museu moderno e templo antigo. Porém, o mais esquisito era que, se eu desviasse o olhar, todo o edifício parecia desaparecer. Tentei várias vezes, só para ter certeza. Se eu olhasse para a mansão pelo canto do olho, ela não estava ali. Eu tinha de me esforçar para meus olhos reencontrarem o foco e a casa, e ainda assim, precisava de muita força de vontade.
Amós parou diante da entrada, que era do tamanho de uma porta de garagem: um pesado e escuro quadrado de madeira sem maçaneta ou fechadura aparente.
— Carter, você primeiro.
— Ah, eu... como vou...
— Como você acha?
Ótimo, mais um mistério. Eu estava quase sugerindo que corrêssemos de cabeça contra a porta para ver se dava certo. Então, olhei outra vez e tive uma sensação estranha. Estendi o braço. Lentamente, sem tocar a porta, ergui a mão e ela acompanhou meu movimento: deslizou para cima até desaparecer no teto.
Sadie ficou chocada.
— Como...
— Não sei — admiti, um pouco constrangido. — Sensor de movimento, talvez?
— Interessante. — Amós parecia um pouco perturbado. — Eu não teria resolvido dessa maneira, mas é muito bom. Bom mesmo.
— Obrigado, acho.
Sadie tentou entrar primeiro, mas, assim que pisou na soleira, Muffin miou estridentemente e quase usou as garras para escapar de seus braços.
Minha irmã recuou.
— O que foi isso, gata?
— Ah, é claro — disse Amós. — Peço desculpas. — Ele pôs a mão na cabeça do animal e disse com grande formalidade: — Você pode entrar.
— A gata precisa de permissão? — perguntei.
— Circunstâncias especiais — respondeu Amós, o que não era lá uma grande explicação, mas ele entrou sem dizer mais nada.
Nós o seguimos, e, dessa vez, Muffin ficou quieta.
— Ah, meu Deus... — Sadie estava boquiaberta.
Ela olhava para cima, para o teto, e eu tive a impressão de que o chiclete ia cair de sua boca.
— Sim — disse Amós. — Este é o Grande Salão.
A origem do nome era evidente. O teto de vigas de cedro era muito alto, quatro andares, e sustentado por pilares de pedra com hieróglifos gravados. Uma estranha coleção de instrumentos musicais e armas do Egito Antigo decorava as paredes. Três níveis de balcões contornavam a sala, com fileiras de portas que se abriam para a área principal. A lareira era grande o bastante para estacionar nela um carro, com uma televisão de plasma acima do console e enormes sofás de couro dos dois lados. No chão, havia um tapete de pele de cobra, mas tinha uns doze metros de comprimento e uns cinco de largura – maior que qualquer cobra.
Do lado de fora, através das paredes de vidro, eu podia ver a varanda que contornava toda a casa. Havia ainda uma piscina, uma sala de jantar e uma fogueira. E no final do Grande Salão, havia uma porta dupla marcada com o Olho de Hórus e fechada com meia dúzia de cadeados. Eu me perguntava o que poderia haver atrás dela.
Mas o verdadeiro espetáculo era a estátua no centro do Grande Salão. Devia ter uns nove metros de altura e era de mármore negro. Eu podia dizer que era de um deus egípcio, porque a figura tinha corpo humano e cabeça de animal – uma cegonha ou uma garça, com pescoço longo e bico bem comprido.
O deus usava as vestes do estilo antigo, com saia, faixa e colar no pescoço. Ele segurava um estilo em uma das mãos e uma tábua de escriba na outra, como se tivesse acabado de escrever os hieróglifos que ali estavam: o ankh – a cruz egípcia – com um retângulo em torno do arco na parte superior.
— É isso! — Sadie exclamou. — Per Ankh!
Eu olhei para ela, incrédulo.
— Muito bem, como consegue ler isso?
— Não sei — respondeu ela. — Mas é óbvio, não é? A parte de cima tem a forma do piso plano de uma casa.
— De onde tirou isso? É só uma caixa.
Mas Sadie estava certa. Eu reconhecia o símbolo, e era mesmo a imagem simplificada de uma casa com uma porta, mas isso não devia ser óbvio para a maioria das pessoas, especialmente para uma pessoa chamada Sadie. Mas ela parecia absolutamente certa.
— É uma casa — insistia ela. — E a imagem na parte inferior é o ankh, símbolo da vida. Per Ankh: Casa da Vida.
— Muito bem, Sadie — Amós estava impressionado. — E essa é a estátua do único deus ainda permitido na Casa da Vida... pelo menos, normalmente. Você o reconhece, Carter?
Só então eu percebi: a ave era uma íbis, uma ave ribeirinha do Egito.
— Tot — respondi. — O deus do conhecimento. Ele inventou a escrita.
— Isso mesmo — confirmou Amós.
— Por que as cabeças de animais? — perguntou Sadie. — Todos aqueles deuses egípcios têm cabeças de animais. Eles parecem tão bobos!
— Normalmente, não é essa a impressão que causam — respondeu Amós. — Não na vida real.
— Vida real? — repeti. — Ah, tá! Está falando como se os conhecesse pessoalmente.
A expressão de Amós não me tranquilizou. Ele parecia estar lembrando alguma coisa desagradável.
— Os deuses podem aparecer em muitas formas, é normal que surjam como inteiramente humanos ou animais. Mas, às vezes, eles aparecem na forma híbrida, como essa. São forças primais, uma espécie de ponte entre a humanidade e a natureza. São retratados com cabeças de animais para mostrar que existem em dois mundos diferentes ao mesmo tempo. Entendem?
— Nem um pouquinho — respondeu Sadie.
— Hum. — Amós não se mostrava surpreso. — Sim, temos um extenso treinamento pela frente. De qualquer modo, o deus diante de vocês, Tot, fundou a Casa da Vida, da qual esta mansão é o quartel-general na região. Ou era... Sou o único membro remanescente no Vigésimo Primeiro Nomo. Ou era, até vocês dois chegarem.
— Espere aí. — Eu tinha muitas perguntas, tantas que nem conseguia pensar por qual começar. — O que é a Casa da Vida? Por que Tot é o único deus permitido nela, e por que você...
— Carter, entendo como se sente. — Amós sorriu com simpatia. — Mas é melhor discutirmos essas questões à luz do dia. Você precisa dormir, e não quero que tenha pesadelos.
— Você acha que vou conseguir dormir?
— Miau.
Muffin se espreguiçou nos braços de Sadie e deixou escapar um longo bocejo.
Amós bateu palmas.
— Khufu!
Eu pensei que ele tinha espirrado, porque Khufu é um nome esquisito, mas um homenzinho com uns noventa centímetros de altura, pelos dourados e uma camisa roxa desceu a escada com um jeito engraçado de andar.
Levei um segundo para perceber que era um babuíno vestindo uma camiseta dos Los Angeles Lakers.
O babuíno deu um salto e aterrissou em nossa frente. Ele mostrou os dentes e fez um som que era meio rugido, meio arroto. Seu hálito cheirava a Doritos sabor nacho.
E tudo que consegui dizer foi:
— Eu torço para os Lakers!
O babuíno bateu com as duas mãos na cabeça e gritou novamente.
— Ah, Khufu gosta de você — constatou Amós. — Vão se dar muito bem.
— Certo. — Sadie parecia atordoada. — Você tem um macaco como mordomo. Por que não?
Muffin ronronou no colo de Sadie, como se o babuíno não a incomodasse em nada.
— Agh! — fez o babuíno.
Amós riu.
— Ele quer jogar com você, Carter. Para... saber como você se sai.
Eu me movi, inquieto.
— Ah, sim. É claro. Talvez amanhã. Mas como consegue entender...
— Carter, vai ter que se acostumar com muitas coisas por aqui — disse Amós. — Mas, se quiser sobreviver e salvar seu pai, precisa descansar um pouco.
— Desculpe — interferiu Sadie. — Você disse sobreviver e salvar seu pai? Pode ser mais claro?
— Amanhã — respondeu Amós. — Começaremos a orientação de vocês de manhã. Khufu, mostre a eles onde ficam os quartos, por favor.
— Agh-uhh! — grunhiu o babuíno.
Ele se virou e caminhou para a escada. Infelizmente, a camiseta dos Lakers não cobria todo seu traseiro colorido.
Estávamos nos preparando para seguir o macaco quando Amós chamou.
— Carter, a bolsa, por favor. Acho melhor trancá-la na biblioteca.
Eu hesitei. Quase havia esquecido a bolsa pendurada em meu ombro, mas aquilo era tudo o que eu tinha de meu pai. Eu não tinha nem nossa bagagem, porque tudo havia ficado no British Museum. Francamente, era surpreendente que a polícia não houvesse levado a bolsa também, mas nenhum dos homens pareceu notá-la.
— Você a terá de volta — prometeu Amós. — Quando chegar a hora.
Ele pedia com educação, mas algo em seus olhos me dizia que, na verdade, eu não tinha escolha. Entreguei a bolsa. Amós a pegou com cuidado, como se ela estivesse cheia de explosivos.
— Até amanhã.
Ele se virou e seguiu na direção das portas fechadas com cadeados. Elas se destrancaram e abriram apenas o suficiente para Amós passar, sem que pudéssemos ver o que havia do outro lado. Depois, as correntes e os cadeados se trancaram novamente atrás dele.
Eu olhei para Sadie, sem saber o que fazer. Ficarmos sozinhos no Grande Salão com a sinistra estátua de Tot não parecia algo muito divertido, por isso seguimos Khufu escada acima.
Sadie e eu fomos instalados em quartos vizinhos no terceiro andar, e, tenho de admitir, eram mais legais do que qualquer outro lugar onde já me hospedei.
Eu tinha uma minicozinha, estocada com minhas guloseimas preferidas: ginger ale[Não, Sadie. Isso não é refrigerante de velho. Fique quieta!], Twix e Skittles. Parecia impossível. Como Amós sabia do que eu gostava?
Televisão, computador e som eram de última geração. No banheiro, havia minha marca habitual de creme dental, desodorante, tudo. A cama king size também era incrível, embora o travesseiro fosse um pouco estranho. Em vez de um travesseiro de tecido, havia ali um descanso de mármore para cabeça, como os que eu tinha visto nas tumbas egípcias. Era decorado com desenhos de leões e (é claro) mais hieróglifos.
O quarto tinha até um deque de onde se viam o Porto de Nova York, trechos de Manhattan e a Estátua da Liberdade ao longe, mas as portas de correr de vidro estavam trancadas. Essa foi a primeira indicação de que algo estava errado.
Eu me virei para olhar Khufu, mas ele havia desaparecido. A porta do quarto estava fechada. Tentei abri-la, mas estava trancada.
Uma voz abafada soou no quarto vizinho.
— Carter?
— Sadie.
Tentei a porta de comunicação entre os quartos, mas também estava trancada.
— Somos prisioneiros — concluiu ela. — Acha que Amós... Quer dizer, podemos confiar nele?
Depois de tudo o que eu tinha visto naquele dia, não confiava em nada, mas podia ouvir o medo na voz de Sadie. E ele desencadeava um sentimento desconhecido em mim, como se eu precisasse acalmá-la. A ideia parecia ridícula. Sadie sempre havia parecido mais corajosa que eu: fazia o que queria, nunca se importava com as consequências. Era eu quem sempre se assustava. Mas, naquele momento, eu sentia que devia desempenhar um papel que não representava havia muito, muito tempo: o de irmão mais velho.
— Vai ficar tudo bem — falei, tentando demonstrar confiança. — Escute, se Amós quisesse nos fazer mal, já teria feito. Tente dormir.
— Carter?
— Sim?
— Foi magia, não foi? O que aconteceu com papai no museu. O barco de Amós. A casa. Tudo isso é magia.
— Acho que sim.
Eu a ouvi suspirar.
— Que bom. Pelo menos não estou ficando maluca.
— Durma bem que o bicho-papão não vem — brinquei.
Percebi que não fazia essa brincadeira com Sadie desde que morávamos juntos em Los Angeles, quando mamãe ainda estava viva.
— Sinto falta do papai — disse ela. — Eu quase não o via, eu sei, mas... sinto falta dele.
Meus olhos lacrimejaram, mas eu respirei fundo. Não iria fraquejar desse jeito. Sadie precisava de mim. Papai precisava de nós.
— Nós vamos encontrá-lo — afirmei. — Durma bem.
Agucei os ouvidos, mas o único som que escutei foi Muffin miando e andando pelo quarto, explorando o novo espaço. Pelo menos a gata não parecia infeliz.
Eu me preparei para dormir e fui para a cama. As cobertas eram quentes e confortáveis, mas o travesseiro era estranho demais. Fazia meu pescoço doer, por isso eu o deixei no chão e dormi sem ele.
Meu primeiro grande erro.
Meu primeiro grande erro.
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