sábado, 15 de novembro de 2014

A Marca de Atena - Percy

Capítulo XLVII

PERCY NUNCA TINHA PENSADO NO SR. D como uma influência tranquilizadora, mas, de repente, tudo ficou quieto. As máquinas pararam. Os animais selvagens pararam de rosnar.
Os dois leopardos caminharam na direção dele – ainda lambendo os lábios por causa da carne assada de Piper – e passaram sua cabeça carinhosamente contra as pernas do deus. O sr. D coçou suas orelhas.
— Realmente, Efialtes — ele repreendeu. — Matar semideuses é uma coisa. Mas usar leopardos para seu espetáculo? Isso é passar dos limites.
O gigante soltou um grunhido.
— Isso... Isso é impossível. D... D...
— É Baco, atualmente, meu velho amigo — disse o deus. — E é claro que é possível. Alguém me disse que havia uma festa acontecendo.
Ele parecia o mesmo de quando tinha aparecido no Kansas, mas Percy ainda não conseguia superar as diferenças entre Baco e seu velho amigo-não- tão-legal Sr. D. Baco era fraco e magro, com uma barriguinha menor. Ele tinha um cabelo mais longo, sua passada era mais firme e havia muito mais raiva em seus olhos. Ele até conseguiu fazer uma pinha em uma vara parecer intimidante. A lança de Efialtes tremeu.
— Você... Os deuses estão condenados! Vá embora, em nome de Gaia!
— Hum — Baco não parecia impressionado. Ele caminhou entre os adereços, plataformas e os efeitos especiais arruinados. — Cafona — ele acenou com a mão para um gladiador pintado em madeira, em seguida, virou-se para uma máquina que parecia um cilindro enorme cravejado com facas. — Barato. Chato. E isso... — ele inspecionou a engenhoca que lançava foguetes e ainda soltava fumaça. — Cafona, barato chato. Honestamente, Efialtes, você não tem senso de estilo.
— ESTILO? — O rosto do gigante ficou vermelho. — Eu tenho muito estilo. Eu definoestilo. Eu... Eu...
— Meu irmão exala estilo — Oto sugeriu.
— Obrigado! — Efialtes resmungou.
Baco se adiantou e os gigantes cambalearam para trás.
— Você dois ficaram menores? — perguntou o deus.
— Ah, isso foi cruel — Efialtes rosnou. — Somos altos o suficiente para destruí-lo, Baco! Vocês, deuses, sempre se escondendo atrás de seus heróis mortais, confiando o destino do Olimpo a heróis como estes — ele zombou de Percy.
Jason levantou sua espada.
— Senhor Baco, vamos matar esses gigantes ou não?
— Bem, eu certamente espero que sim — disse Baco. — Por favor, continuem.
Percy o encarou.
— Você não veio aqui para ajudar?
Baco encolheu os ombros.
— Oh, eu apreciei o sacrifício no mar. Um navio cheio de Diet Coke. Muito bom. Embora eu preferisse Pepsi Diet.
— E seis milhões em ouro e joias — Percy murmurou.
— Sim, embora com a celebração de cinco ou mais semideuses a gratuidade estivesse incluída, portanto não era necessário.
— O quê?
— Deixa pra lá — disse Baco. — De qualquer forma, vocês atraíram a minha atenção. Eu estou aqui. Agora preciso ver se vocês são dignos de minha ajuda. Vão em frente. Batalhem. Se eu ficar impressionado, vou entrar para o grand finale.
— Nós espetamos um — Percy lembrou — derrubamos o teto no outro. O que você considera impressionante?
— Ah, uma boa pergunta... — Baco bateu seu tirso. Então ele sorriu de uma forma que fez Percy pensar Uh-oh. — Talvez você precise de inspiração! O palco não foi propriamente montado. Você chama isto de espetáculo, Efialtes? Deixe-me mostrar-lhe como se faz.
O deus se dissolveu em névoa roxa. Piper e Nico desapareceram.
— Pipes! — Jason gritou. — Baco, onde você...?
O andar inteiro tremeu e começou a subir. O teto abriu em uma série de painéis. A luz solar invadiu o lugar. O ar brilhava como uma miragem e Percy ouviu o rugido de uma multidão acima dele. O hipogeu subiu por uma floresta de colunas de pedra desbotada no meio de um coliseu arruinado.
O coração de Percy deu uma cambalhota. Este não era qualquer coliseu. Era Coliseu. As máquinas de efeitos especiais dos gigantes faziam hora extra, colocando tábuas para apoio através das vigas arruinadas, deixando a arena com um piso adequado novamente. As arquibancadas repararam-se até o branco ficar brilhante. Um toldo vermelho e dourado gigante estendeu-se acima de suas cabeças para proporcionar sombra do sol da tarde. A cabine do imperador foi coberta com seda, ladeada por bandeiras e águias douradas. O rugido de aplausos veio de milhares de fantasmas roxos brilhantes, os lares de Roma trazidos de volta para outro espetáculo.
Aberturas surgiram no chão e espalharam areia em toda a arena. Adereços enormes surgiram – montanhas de gesso do tamanho de garagens, colunas de pedra e (por alguma razão) animais de fazenda de plástico em tamanho real. Um pequeno lago apareceu em um lado. Valas cruzavam o chão da arena para o caso de alguém estar no clima para uma guerra com trincheiras. Percy e Jason estavam juntos de frente para os gêmeos gigantes.
— Este é um show de verdade! — retumbou a voz de Baco.
Ele sentou-se no camarote do imperador vestindo mantos roxos e louros dourados. À sua esquerda sentavam Nico e Piper, que tinha seu ombro cuidado por uma ninfa em um uniforme de enfermeira. À direita de Baco estava um sátiro agachado oferecendo Doritos e uvas. O deus levantou uma lata de Pepsi Diet e a multidão ficou respeitosamente silenciosa.
Percy olhou para ele.
— Você vai apenas ficar sentado?
— O semideus está certo! — Efialtes berrou. — Lute contra nós você mesmo, covarde! Hum, sem os semideuses.
Baco sorriu preguiçosamente.
— Juno diz que montou uma equipe de semideuses digna. Mostre-me. Entretenha-me, heróis do Olimpo. Deem-me uma razão para fazer mais. Ser um deus tem seus privilégios.
Ele levantou sua lata de refrigerante e a multidão aplaudiu.

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